
Discussão e Conclusão
Neste projeto foi possível envolvermo-nos com temas de múltipla variedade acerca da radiação eletromagnética. Pudemos aprofundar os nossos conhecimentos e aprender novos conceitos. A utilização de um aparelho de medida que desconhecíamos foi um grande passo que contribuiu para um melhor entendimento dos valores de campos eletromagnéticos que nos rodeiam. Foi também uma experiência muito dinâmica porque envolveu a aplicação prática dos nossos conhecimentos e apercebemo-nos do quão importante é lidar com este tipo de assuntos.
Os gráficos seguintes permitem comparar os valores máximos recolhidos a todos os aparelhos alvos de medição.
Os valores recolhidos referentes ao campo elétrico são bastante diferenciados. Os mais elevados foram medidos num posto de transformação (1094 V/m), num vaporizador de cabeleireiro (eletro-heat-master) (1094 V/m), num U.P.S. (1018 V/m), numa máquina de café (1016 V/m) e numa tomada elétrica (756 V/m) e os mais baixos foram registados num rádio de um carro (6 V/m), numa caixa de multibanco (8 V/m), numa televisão (25 V/m) e numa máquina de vendas automáticas (32 V/m).
Dos valores mais elevados, o mais preocupante é o eletro-heat-master, visto que este está muito próximo das pessoas que o usam no cabeleireiro. É também importante referir que nenhum dos aparelhos apresentou um valor superior ao limite imposto por lei (5000 V/m).
Quanto aos valores de campo magnético recolhidos, existem também várias discrepâncias. Os mais elevados foram medidos num posto de transformação, num U.P.S. (507200 nT), em fusíveis (61100 nT) e no EMP (4674 nT). A um nível mais doméstico, os valores mais elevados foram os de um videoprojector (1647 nT), um computador (2231 nT) e uma televisão (1020 nT).
É notória a perigosidade do posto de transformação e do U.P.S. (fonte de alimentação ininterrupta) devido aos valores excessivos, recomendando-se a distância a estes aparelhos ou apenas o manuseamento/exposição por profissionais. Em relação aos restantes aparelhos, nenhum apresentou um valor superior ao de referência (100 uT = 100 000 nT).
Analisando os gráficos obtidos, podemos ainda constatar que as intensidades dos campos elétricos e magnéticos decrescem rapidamente com a distância, sendo este um dos fatores inerentes à forma como somos expostos aos campos eletromagnéticos.
Quanto aos erros nas medições, existem vários fatores que podem ter interferido na precisão e exatidão dos resultados:
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Interferência de outros aparelhos, originando um campo eletromagnético mais elevado;
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Falta de variedade de valores para cada tipo de aparelho;
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Erros sistemáticos ou fortuitos.
Através da pesquisa feita, podemos concluir que os efeitos dos campos eletromagnéticos de baixa frequência na saúde humana dependem de vários fatores (tempo de exposição, intensidade e frequência da radiação) mas que, geralmente, são inofensivos face à carência de evidências que sustentem a hipótese de os campos eletromagnéticos de baixa frequência serem prejudiciais. Existem vários processos biofísicos que ocorrem no nosso organismo mas pouco são influenciados pelos campos eletromagnéticos (CEM) exteriores. Além disso, a distância a que estamos dos aparelhos e circuitos influencia significativamente a intensidade destes campos e existem regulamentações legais para a exposição aos CEM.
Com a entrevista que fizemos ao técnico de radares, ficámos a saber vários aspetos acerca das radiações eletromagnéticas, visto que estas são amplamente utilizadas na estação radar. O isolamento de campos eletromagnéticos fortes é possível através de filtros e do tipo de materiais e geometria do revestimento e é importante na medida em que previne danos ou desconforto ao ser humano. Face à abundância de componentes eletrónicos necessários ao bom e contínuo funcionamento da estação, o isolamento das radiações eletromagnéticas acaba por ter também um papel decisivo.
Concluindo, estamos constantemente rodeados de campos eletromagnéticos e é importante averiguar os efeitos que estes têm na nossa saúde, de forma a evitar ocorrências desastrosas para o ser humano. Atualmente, não existem evidências científicas que indiquem efeitos negativos devido à longa exposição a campos eletromagnéticos de baixa frequência e intensidade. Por outro lado, campos eletromagnéticos fortes/intensos podem interferir com processos biológicos (devido à excitação de nervos e músculos) e também podem causar desconforto ou até danos nos seres humanos.



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