Durante a nossa visita à Estação Radar de Montejunto, entrevistámos o técnico de radares José Barradas:

​

P: Para apresentá-lo, qual é o seu nome e qual a profissão que exerce?

R: José Barradas, sou técnico de eletrónica, (...) militar da força aérea, e exerço há 36 anos as funções de técnico de manutenção. Desempenho funções de chefio, gestão e de planeamento, e sou responsável pela manutenção da estação de radar da Serra de Montejunto.

​

P: Qual foi o seu percurso académico e profissional?

R: O meu percurso académico foi, aos 16 anos despertei para esta área da eletrónica e fiz alguns cursos por mim, nomeadamente tirei um curso de correspondência (...) à distância, propuz-me aos exames, depois fiz várias experiências que faziam parte (...)  do programa do curso, concluí o curso (...) e acabei por frequentar o curso de radiotecnia/eletrónica na escola industrial Afonso Domingues (atual escola secundária Afonso Domingues, Marvilha, Lisboa), fiz lá o meu complementar na área de radiotecnia, com disciplinas de sistemas digitais, laboratórios, eletrónica digital e eletrónica analógica, (...) fiz também o 12º ano e depois voluntariei-me na força aérea com 19 anos, tirei a especialidade na mesma do seguimento da eletrónica, (...) fiz a minha formação, tirei a especialidade, depois mais tarde frequentei um curso de âmbito militar (...) e começei a trabalhar nesta área.

​

P: Quais são os efeitos da radiação eletromagnética na saúde humana e no quotidiano?

R: (...) No nosso dia-a-dia, nós cada vez mais vivemos em campos eletromagnéticos, principalmente na área das comunicações (telemóveis, etc.) e estes campos estão bem presentes em qualquer lado. Para qualquer lado que formos, estamos sempre sujeitos a (...) campos elétricos mais ou menos intensos (...).

Os efeitos dependem da intensidade e do tempo de exposição (...) eu pessoalmente posso dizer que em determinados momentos, quando estive sujeito a estes campos (eletromagnéticos), sentia algumas tonturas. Os efeitos dependem também da sensibilidade de cada um a este tipo de campos (...). Para além da intensidade e do tempo de exposição (...) tem-se de ter em consideração o local em que se é atingido pela radiação eletromagnética. Dependendo do tempo de exposição, uma pessoa pode até desmaiar se for atingida por uma radiação eletromagnética suficientemente intensa.

​

P: Na estação de radar da Serra de Montejunto, que medidas de segurança se devem ter em consideração ao interagir com aparelhos e equipamento eletrónico?

R: Normalmente usam-se filtros de radiação eletromagnética, mas existem formas de isolar zonas de radiação eletromagnética e de impedir que estas sejam contaminadas utilizando, para além de filtros, paredes com arquitectura, materiais e geometria específicas de forma a impedir que a radiação as atravesse, para não interferir nem com a saúde humana nem com outros componentes eletrónicos.